terça-feira, 15 de novembro de 2016

6 Existiria o Peabiru? - OS PRIMEIROS CAMINHOS DO LITORAL AO PLANALTO PAULISTA: um rol de dúvidas, confusões, enigmas e mitos Antonio Joaquim Andrietta1

Entretanto, ainda não ficou esclarecido o verdadeiro motivo do abandono da antiga Trilha dos Tupiniquins. Por que a teria interditado a ordem tão peremptória de Tomé de Souza? Aqui surge outro enigma dos primórdios da colonização da América do Sul. Desde o início da colonização do Sul do Brasil houve relatos de que os indígenas possuíam caminhos demarcados, apenas conhecidos pelos iniciados e que, cruzando matas, campos, rios e serras, ligavam os oceanos Atlântico e o Pacífico. A corrente mais incisiva descreve um caminho que partindo de São Vicente, ou de Cananéia mais abaixo, e se estenderia até o Peru, atravessando os atuais Estados de São Paulo e Paraná, o Paraguai e a Bolívia, num percurso de mais de três mil quilômetros. Este caminho teria, ainda, ramais que partiam do litoral dos atuais Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, formando uma rede de mais de cinco mil quilômetros (há referências, também, a trilhas semelhantes nas regiões norte e nordeste do Brasil). Muitos autores referem-se a esses caminhos indígenas pelo termo Peabiru, traduzindo-o como “caminho da montanha do sol” e outros como “caminho do Peru”. Para a época, seriam caminhos de grande facilidade de trafego e de rápida comunicação entre seus mais longínquos pontos. Há a suposição de que os Incas o construíram (ou teriam ensinado a técnica a outros indígenas). Atribui-se a Guilherme Schuch (1825-1908), o Barão de Capanema6 , engenheiro e naturalista de grande reputação, a identificação da técnica construtiva desses caminhos com a dos Incas. O historiador paulista Hernani Donato7 , levantou o trecho “Botucatu” da trilha, a partir de Sorocaba e seguindo o curso do rio Paranapanema em direção ao Paraná. Uma equipe de pesquisa da Universidade de São Paulo teria proposto o levantamento da trilha no planalto de Piratininga (não há relato de resultados, talvez devido às dificuldades de pesquisa numa região em que a desenfreada urbanização pode ter apagado quaisquer vestígios). Desde 1970, diversas equipes de pesquisadores de universidades paranaenses têm se dedicado ao levantamento e estudo de trechos da trilha.no território daquele estado, ao longo do curso dos rios Tibagi, Ivaí, Piqueri e Iguaçu. Estas pesquisas apresentaram alguns resultados, como a descoberta de trechos conservados da antiga trilha – infelizmente logo em seguida destruídos por máquinas agrícolas – e a coleta de diversas peças arqueológicas que remontariam à época dos Incas. 
Fonte:O autor é professor e pesquisador universitário, estudioso da colonização, povoamento e desenvolvimento posterior do Estado de São Paulo.   http://migre.me/vvo5C

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...