quarta-feira, 2 de junho de 2010

ESTRADA REAL: VETOR DE FERTILIZAÇÃO DE CONHECIMENTO E APRENDIZADO PARA A EXPLORAÇÃO MINERAL Obs: Esse documento produzido pelo Centro de Tecnologia Mineral, reafirma a tese de que o desfiladeiro de Itajubá sempre foi usado como alternativa à garganta do Embaú. Sendo certo que originalmente chegava-se ao Núcleo Embrião de Piquete pelo Bairro do Ronco.

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3. Estrada Real: Contexto Histórico
Os atuais 1.400 km da Estrada Real compreendem os denominados Caminhos Velho e Caminho Novo. O primeiro, se constitui numa típica rota de penetração que, partindo do porto de Paraty, localizado a cerca de 180 km da cidade do Rio de Janeiro, passava por Cunha, ainda no Estado do Rio de Janeiro, em seguida por Guaratinguetá e Lorena, no Estado de São Paulo, para então penetrar no Estado de Minas Gerais seguindo pelas localidades de Marmelópolis, Caxambu, Cruzília, Carrancas, Nazareno, São João del-Rei, Tiradentes, Lagoa Dourada, Congonhas do Campo, Miguel Burnier, Engenheiro Correa, Santo Antonio do Leite, Cachoeira do Campo e Ouro Preto (vide o mapa a seguir apresentado).
Em fins do século XVII, com o suporte desta rota de penetração, são efetuadas as primeiras descobertas de ouro nas localidades onde veio a surgir a exuberante Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto. A produção crescente do novo centro minerador logo veio a determinar a necessidade de se construir uma nova rota que propiciasse a sua mais fácil, rápida e segura ligação, ao litoral e, por este meio, a Portugal.
Esta missão coube a Garcia Rodrigues Paes, o qual, por determinação da Coroa Portuguesa, se incumbiu da construção do Caminho Novo (ou Estrada da Corte), ligando a região mineradora de Vila Rica ao Rio de Janeiro. De fato, em relação ao Caminho Velho, através da qual a viagem demandava cerca de dois meses, o Caminho Novo passou a permitir o percurso entre os dois centros em 25 dias (a pé), ou 15 dias (a cavalo), propiciando, obviamente, uma notável redução dos custos do transporte. Além de ter se constituído uma rota de saída, de Vila Rica a Rio de Janeiro, o Caminho Novo foi também uma rota de penetração, avançando no sentido norte, para ligar Vila Rica a Vila do Príncipe (atual Serro) e ao Arraial do Tijuco (atual Diamantina).
No seu trajeto de Ouro Preto ao Rio de Janeiro, o Caminho Novo passava por Ouro Branco, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Carandaí, Ressaquinha, Alfredo de Vasconcelos, Barbacena, Antonio Carlos, Santos Dumont, Ewbank da Câmara, Juiz de Fora, Matias Barbosa, Simão Pereira. Paraibuna, Paraíba do Sul, Inconfidência, Secretário, Três Rios, Petrópolis e Magé. Por outro lado, de Ouro Preto para Diamantina, o Caminho Novo seguia por Mariana, Camargos, Bento Rodrigues, Santa Rita Durão, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Itambé do Mato Dentro, Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas, Serro, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras.
A análise do contexto histórico evidencia, que – apesar do declínio do Ciclo do Ouro do século XVIII, no qual se afirmou - a Estrada Real manteve o seu notável papel como rota de penetração e de desenvolvimento regional com marcantes efeitos para a Região de Influência da Estrada Real (RIER) e para o país, seja em termos de correspondentes formações político-culturais e científico-tecnológicas ou de suas contribuições para a ocupação e o ordenamento do território e para o desenvolvimento regional
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Estrada de Ferro - Linha Centro da EFCB: No decorrer das duas últimas décadas do século XIX, diferentes ramais de estrada de ferro foram construídos no país, boa parte com tecnologia inglesa, além de contar com mão-de-obra predominante de imigrantes portugueses, especialmente no que se refere a obras-de-arte em pedra de cantaria. Alguns destes ramais serviram-se da Estrada Real, seja como rota de acesso de equipamentos, materiais e recursos humanos, seja para aproveitamento do próprio traçado. Tal é o caso da antiga linha centro da Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB), que ligava o Rio de Janeiro a Ouro Preto e Belo Horizonte, da qual resultou parte do atual sistema ferroviário da MRS.
A partir de final do século XIX, passando pelo século XX e chegando aos dias atuais, verifica-se uma notável ampliação e aprimoramento do sistema de transporte em todo o país, cabendo assinalar que a Estrada Real ainda hoje evidencia a sua importância como eixo básico da atual rodovia federal BR-040 (antiga BR-03) que liga o Rio de Janeiro a Belo Horizonte e a Brasília. Verifica-se também que alguns dos principais eixos logísticos existentes no país - e que ao longo do tempo promoveram e viabilizaram a implantação de novos centros urbanos, novos pólos de produção agropastoril e modernos parques industriais - encontram-se intrinsicamente associados ao traçado original da Estrada Real ou foram por este estimulados.
http://www.cetem.gov.br/publicacao/CTs/CT2008-048-00.pdf
Nota: O presente estudo  vem confirmar a relevãncia Histórica do Núcleo Embrião de Piquete, uma vez que, o acesso a Marmelópolis, originalmente era  realizado  pela Garganta do Sapucai, via Pico do Meia Lua, local onde  veio a se instalar na Raiz do Monte,  o Registro de Itajubá.

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...