terça-feira, 11 de outubro de 2011

Educação e barbárie: aspectos culturais da violência na perspectiva da teoria crítica da sociedade Sílvia Rosa Silva Zanolla Doutora em Psicologia Escolar (Universidade de São Paulo) Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás Goiânia, GO, Brasil (Transcrição)

Resumo - Este trabalho se orientou pelos desafios impostos à escola e à educação, no sentido de combater a violência e a barbárie no aspecto amplo e cultural. Nesse sentido, as contribuições da teoria crítica da Escola de Frankfurt apresentam-se fundamentais para
refletir sobre as (im) possibilidades do intento, em face das demandas por educação e tecnologia emergentes na sociedade atual.
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A humanidade deve centrar seus esforços em promover estudos e pesquisas que investiguem o porquê de o conhecimento, a cultura e o desenvolvimento tecnológico, na maioria das vezes, não se fazer acompanhar pelo desenvolvimento verdadeiramente  humano e autônomo, tanto no aspecto subjetivo quanto objetivo (Horkheimer e Adorno, 1985)
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A violência se apresenta como a ignorância humana em todos os sentidos, inclusive por atitudes aparentemente racionais justificadas em nome da razão. Qualquer tipo de atitude agressiva torna-se barbárie se acontecer em nome do poder, do domínio e do interesse pessoal ou grupal desprovido de valores humanistas, como o investimento em pesquisas científicas para aumentar o poderio de armamento bélico ou atividades tecnológicas que não visam à emancipação e ao combate às injustiças sociais.
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O preconceito e a intolerância não serão combatidos na infância enquanto se manifestam nos brinquedos e brincadeiras infantis (armas, jogos extremamente competitivos e violentos, bonecas que apresentam um estereótipo que leva crianças a buscarem um padrão rígido de beleza, como a boneca Barbie, são exemplos).
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Ao que parece, a banalização da violência implica a banalização dos afetos e dos sentimentos, sobretudo do medo. Na violência como espetáculo, o medo torna-se ausente na falta de conexão com o sentimento de perplexidade diante da morte, tornando-a sem valor. Supostamente, ocorre uma indiferença em relação à morte. O que favorece a frieza humana, pelo hábito de conviver pacificamente com a violência. O afeto se torna ausente pela repetição compulsiva da violência, levando a criança à adaptação, à frieza
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Da ausência de objetos valorativos na estória de Fita Verde, emerge a reflexão acerca da importância das identificações culturais na infância. Combater a frieza, a indiferença em relação à violência, e sua banalização apresentada nas mais diferentes versões, é  primordial (Teixeira apud Zanolla, 2007a). Para impedir a prevalência da perversão, versão subjetiva da barbárie, é preciso combater a frieza em favor do sentimento. Bem e mal são valores contraditórios, mas são importantes para que as crianças possam vivenciar e elaborar o medo como condição de sobrevivência social. Isso possibilita à criança lidar com a frustração e o limite diante da satisfação de necessidades ou da renúncia aos seus instintos mais agressivos. Mais que combater a indiferença é necessário tentar responder como a criança e os jovens identificam o significado dos diferentes conteúdos, ou melhor, como se percebem na ausência de referências, desprovidas de conflitos valorativos.

 Fonte: http://migre.me/5TJbZ 

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

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