sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

2- OS CAMINHOS DAS “BANDEIRAS” E OS REFERENCIAIS GEOGRÁFICOS (Transcrição)

2.1- Os principais caminhos para Minas e o caso do morro do Lopo Desde o século XVI, expedições abriram vários caminhos em busca de riquezas principalmente em território mineiro. Em um primeiro momento as tentativas de descobrimento vinham do nordeste em direção ao sertão, com as “Entradas”. Temos os principais caminhos descritos por Antônio Gilberto Costa:13 Entre 1553 e 1554 aconteceu a “Entrada” de Francisco Bruzza de Spinosa (Fig. 8), a partir de Porto Seguro, para tentar se chegar a “Serra Resplandecente”. Um primeiro relato do sertão se inicia, tendo sempre marcos geográficos como referenciais, mesmo que para demonstrar a dificuldade que estes impunham à expedição. Segundo descrição do jesuíta João de Aspilcueta Navarro, que acompanhou Espinosa, os sertões eram ‘intratáveis a pés portugueses, dificultosíssimos de penetrar (...), tendo que atravessar inúmeras lagôas e rios  (...), os montes fragrosíssimos, os matos espesíssimos, que chegavam a impedirlhes o dia’.14 Em 1561, para se tentar alcançar a região de Sabarabuçu (região da atual Sabará), no território de Minas Gerais, ocorreu a “Entrada” de Dom Vasco Rodrigues Caldas, sendo seguida da de Martim Carvalho em 1568. E assim,  sucessivamente várias “Entradas” foram organizadas durante o século XVI, com roteiros partindo principalmente da Bahia e do Espírito Santo. Por outro lado as “Bandeiras” paulistas, no final do século XVI, abriram alguns caminhos partindo de São Paulo de Piratininga incentivadas pelo Governador-Geral das capitanias do sul, Dom Francisco de Sousa. Capistrano de Abreu destaca a posição geográfica estratégica de São Paulo que: 
                     (...) impelia-a para o sertão, para os dois rios de cuja bacia se avizinha, o Tietê e o Paraíba do Sul, teatros prováveis das primeiras bandeiras, que tornaram logo famoso o temido nome paulista.15
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 E é nessa trilha que se configura um dos mais importantes caminhos partindo de São Paulo, que chegava a Minas, a partir da bifurcação em Guaratinguetá, atravessando a Serra da Mantiqueira pela garganta do Embaú,17 atual cidade de Cruzeiro no Estado de São Paulo (Figs. 6, 8, 9, 10 itens 8, 9 e 11). Também ficou conhecido como “Caminho Velho”.
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A descoberta dos rios Sapucay e o Verde, no final do século XVI, foi de fundamental importância para ligação à Goiás (Fig. 10, itens 5 e 6). Conforme Costa,19 em 1596, membros da expedição de Martim Correia de Sá perseguiram índios tamoios próximo a esses rios, e ainda no mesmo ano a Bandeira de João Botafogo, já mencionada, alcançou as regiões dos rios Verde e Sapucahy, após travessia da Mantiqueira pela garganta do Embaú, passando pelo morro do Cachambú em direção ao território Goiano (Fig. 10, itens 1, 3, 9, 12 e 13).  Em 1602, foi feito o mesmo caminho passando por estes rios em sentido contrário: a expedição de Diogo Gonçalves Laço e Francisco Proença chegou em Minas a partir do Caminho de Mogi-Guaçu e voltou para São Paulo pelo “Caminho Velho” (Fig.10). Esse traçado que ligava Goiás a Minas e que passava pelos rios Verde e Sapucahy propiciou o surgimento de uma bifurcação que se ligava ao morro do Lopo, e iria se transformar posteriormente, em importante caminho de “Bandeiras” (Fig. 5 e Fig. 10, itens 4 e 14).
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Fonte: http://migre.me/7HDxs

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

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