quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

AS TRILHAS INDÍGENAS (Transcrição)

         Em termos geológicos, o  Vale do Paraíba pode ser descrito como uma região abatida graças a um sistema de falhas tectônicas que normalmente afetam os blocos terrestres formados por rochas proterozóicas. Tal afundamento da crosta terrestre teria ocorrido na Era Terciária e gerou uma depressão estrutural alongada ou “gräben” (1).
         Foi justamente esse processo de constituição de um vale de afundamento entre regiões elevadas – a serra da Mantiqueira a noroeste e a serra do Mar a sudeste – e sulcado por um rio caudaloso que tornou o Vale do Paraíba um corredor privilegiado de comunicação entre o Planalto de Piratininga e terras fluminenses, além de oferecer passagem para o interior das Minas Gerais e para o litoral através de gargantas que se abrem nas duas serras que o ladeiam.
         Servindo-se dessas facilidades naturais, os silvícolas que habitavam essas paragens desde tempos imemoriais abriram diversas veredas  na exuberante mata que então recobria a região.  Tais caminhos primitivos faziam a interligação das várias tabas que existiam no litoral e interior do vale paulista, mineiro e fluminense.
         Caminho natural de penetração e comunicação na região vale-paraibana desde os primórdios da sua formação histórica, o rio Paraíba do Sul foi utilizado pelos índios que habitavam suas margens como meio de ligação entre as tabas indígenas e as duas trilhas que, partindo da sua margem direita, tomavam o rumo do mar (2).
         E foi buscando vencer os obstáculos naturais que dificultavam as comunicações entre o Vale do Paraíba e o litoral fluminense que surgiu uma das mais antigas e conhecidas trilhas indígenas que serviram a região: a dos Guaianás ou Guaianases, ameríndios que também eram conhecidos como Goiamimis e Garulhos. Até o século XV eles habitavam a região compreendida entre os atuais municípios litorâneos de Mangaratiba, Angra dos Reis, Parati até Cananéia e uma parte do Vale do Paraíba, desde a área atual de Guaratinguetá até Taubaté.
        Entre as serras que separam a cidade de Parati, no Estado do Rio de Janeiro, e a cidade de Cunha, no Estado de São Paulo, as altitudes alcançam 1600 metros.
A serra mais baixa é a do Facão, que mal chega a 1000 metros, o que determinou a sua eleição como ponto de passagem dos guaianases que vinham do interior paulista para as praias paratienses ou vice-versa, pois dela se serviam os índios do litoral fluminense para  atingirem a chamada  “Aldeia de Cima” (3).
         Posteriormente, após a descoberta de ouro nas Minas Gerais pelos bandeirantes paulistas, e seguindo quase o mesmo traçado da trilha guaianense, as autoridades governamentais portuguesas utilizarão esse caminho para fazer o transporte das riquezas minerais para o Rio de Janeiro e de lá para Lisboa.
         O caminho será conhecido então como “Estrada da Serra do Facão”, “Caminho do Ouro” e “Caminho Velho”.  O trajeto partia da região onde hoje se encontra a cidade fluminense de Parati, passava pelo “Facão” – acampamento que surgiu na beira do caminho e originou depois a atual cidade de Cunha – e depois adentrava por Guaratinguetá e Lorena, indo para Minas através da Garganta do Embaú (4). 
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Fonte:crédito Hamilton Rosa Ferreira: http://migre.me/7VRtO
Nota: Roteiros documentados, dão conta de que, o acesso a Garganta do Embaú, era via Núcleo Embrião de Piquete. Entretanto, não obstante ao fato de constar em documentos, referências ao único aldeamento criado no médio Vale, Aldeia São Miguel do Piquete, as pesquisas no médio vale, não querendo acreditar que seja por desconhecimento, não  se faz nunca, qualquer referência, quando faz, temos que suportar as pérolas, resultantes de indizíveis impropérios. Como a que atribui a origem de Piquete a um caminho aberto pelo Capitão Lazaro Fernandes em torno de 1745, em direção a localidade de Itajubá. Restando questionar se o indigitado Capitão era indio? Parafraseando, o contraforte, formado pelas cinco serras altas, relativamente ao Núcleo Embrião de Piquete, não se inclui no  "processo de constituição de um vale de afundamento entre regiões elevadas – a serra da Mantiqueira a noroeste e a serra do Mar a sudeste – e sulcado por um rio caudaloso que tornou o Vale do Paraíba um corredor privilegiado de comunicação entre o Planalto de Piratininga e terras fluminenses, além de oferecer passagem para o interior das Minas Gerais e para o litoral através de gargantas que se abrem nas duas serras que o ladeiam."..."para atingirem a chamada  “Aldeia de Cima”. Não estamos falando do caminho da Serra a Acima, em direção a transposição da Mantiqueira? Qual seria a razão, do proposital ostracismo imposto? Isto é, no que diz respeito à relevância Histórica de um lugar, cuja toponímia, está ligada a mais importante atividade econômica dos Paulista à época, realizada pelas trilhas aventadas,  às quais se transformaram em trilhas dos tropeiros Cuja importância deu origem à busca de abnegados, pelo reconhecimento do tropeiro Brasileiro, como patrimônio Cultural Brasileiro, melhor dizendo, Patrimônio Cultural da Humanidade, junto a UNESCO. (Fonte:http://migre.me/7WekV)

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

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