sexta-feira, 23 de março de 2012

2.2 - Um pouco da história do Rio Sapucaí e de Itajubá (Transcrição)

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Fonte: http://migre.me/8oQd5
De acordo com MORAES (2003), a primeira informação da existência do Rio Sapucaí foi em 1530, mas somente em 1596 se deu de fato o conhecimento e o descobrimento do rio pelo sertanista João Pereira Botafogo, no local abaixo de Carmo do Rio Claro. Outros se vangloriaram em ser os primeiros a pisarem nas barrancas do Rio Sapucaí, assim relacionados: 1597 - Martim de Sá, Afonso Sardinha e Antony Knivet; 1681 - D. Rodrigo de Costa Branco; 1692 - Bartolomeu da Cunha; 1695 - aventureiros paulistas; no século XVII- Diogo Gonçalves Laço e Francisco Proença; 1723 - Padre João da Silva Coualo; 1737 - Cypriano José Rocha. A história do rio Sapucaí deixa uma pergunta, quanto ao seu descobrimento: O rio Sapucaí foi descoberto de montante para a jusante ou de jusante para a montante? As citações históricas deixam esta dúvida. Ainda de acordo com MORAES (2003), esta dúvida se dá em função do relato do documento de Cypriano José da Rocha, após 141 anos do descobrimento feito por João Pereira Botafogo, no qual ele informava ao Governador interino da Capitania, Sr. Maninho de Mendonça de Pina e Proença, o seguinte: "O rio Sapucaí, só conhecido pela tradição dos antigos paulistas, fiz descobrir pelos sertões destas minas, por diligências e despesas minhas, até que pessoalmente vi as suas margens e passei em canoa que mandei fazer. O rio abundante de águas, maior em muitas partes que o Rio Grande, porém de vagarosa corrente. Mandei explorá-lo para as suas cabeceiras, acharam disposições de ouro e também me informaram que navegando três dias comunicaram com as minas de Itagyba 2 ." (MORAES – 2003)
“O fato de Cypriano José Rocha ter se feito descobridor do rio Sapucaí não invalida a presença e o conhecimento dos paulistas de Taubaté, Guaratinguetá e de outras cidades, nas margens desse rio. Um documento de 1695 relata que "a três ou quatro dias de viagem deve estar o rio Sapucaí e descendo a dita vila de Guaratinguetá, tomando a estrada Real do sertão, dez dias de jornada para o norte da Amantiquira, quadrilheira do mesmo Sapucaí.” (MORAES – 2003) Voltando ao ano de 1597 e, após o descobrimento do rio, começaram os aventureiros, bandeiras e outros a procurar pedras preciosas, ouro e outras oportunidades para enriquecimento. A expectativa do ouro nas cabeceiras dos rios Verde e Sapucaí motivaram muitas pessoas a integrarem bandeiras e uma delas se sobressaiu, a de Martins de Sá, que Juntamente com Antony Knivet, partindo do Rio de Janeiro passou por Parati, transpuseram a Serra da Mantiqueira, alcançara os altos dos campos, região hoje de Campos do Jordão. Ainda em 1597, Antônio Sardinha, junto com o alemão Glimmer, desceram a região do Sapucaí e vislumbraram a grandeza do rio e da região, fizeram diversos relatórios e documentários. Existe uma relação comparativa, no depoimento de Cypriano José Rocha, entre o rio Sapucaí e o rio Grande, fazendo-nos crer que o rio foi descoberto de baixo para cima, por meio da seguinte colocação: "É um rio abundante de águas, maior muitas partes que o rio Grande, porém de vagarosa corrente" (MORAES – 2003). A alguns lugares, ao longo do rio Sapucaí, chamavam de 'BRAÇO FORTE', e este nome era dado em virtude do rio ser mais largo, mais profundo e portador de maior quantidade de águas que o Rio Grande, tornando-o mais importante. Em alguns lugares, o rio era chamado de SAPUCAY GRANDE, que era para diferenciar do rio Sapucaí-Mirim. A presença de entradas e bandeirantes e aventureiros paulistas, que adentraram no Sul de Minas, em particular a vistas da tão decantada minas de Itagyba que começava a impressionar, por causa do ouro existentes em suas paragens, se dava pelos caminhos de Guaratinguetá (por cima, pela serra da Amantiquira) e por baixo, pelo rio Sapucaí. Por volta de 1700, o rio era muito conhecido e a febre do ouro contaminava os paulistas. Os caminhos, picadas e matas intransponíveis tomavam o rio a única entrada e saída da região: por conseguinte, houve a implantação de taxas de direito de passagens pelos rios Verde, Sapucaí e Piranguinho, tornando esta tributação muito rendosa para os poderes constituídos. Apontamentos existentes na Prefeitura de Campanha-MG, indicam que o Rio Sapucaí era bastante usado para transportar ouro das minas de Itagyba (Delfim Moreira) para a cidade de Buenos Aires, na Argentina. Muitos boatos circulavam, por conta dos aventureiros paulistas, que insinuavam que as minas do Itagyba estavam se exaurindo; por outro lado, contavam glórias da quantidade de ouro destas. O desvio do ouro de Soledade de Itajubá  3, a evasão de impostos e a proibição do governo de São Paulo que impedia os mineiros de trabalhar nas lavras do Sul de Minas, por questões limítrofes, motivaram a presença do ouvidor Cypriano José Rocha. Em janeiro de 1819, tomou posse no cargo de vigário de Delfim Moreira (então Soledade de Itajubá) o Padre Lourenço da Costa Moreira. Encontrou o arraial em plena decadência. O ouro já estava extinto nos garimpos e nas catas, não se pensava mais em mineração. Além disso, não gostou da topografia e do clima do lugar e expôs que a má localização da aldeia era desfavorável ao seu desenvolvimento. Convidou seus paroquianos a descerem a serra, rumo ao Sapucaí, à procura de um lugar aprazível e de melhores condições para nele instalar nova capela. Cerca de 80 famílias aceitaram o convite do pastor e, na manhã de 18 de março de 1819, puseram-se todos a caminho.
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Fonte: http://migre.me/8oMQe

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