quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A construção de um mito: Antônio de Albuquerque e o levante emboaba* (Adriana Romeiro)∗∗

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“Notícias dos primeiros descobridores das primeiras minas de ouro pertencentes a estas Minas Gerais, pessoas mais assinaladas nestes empregos e dos mais memoráveis casos acontecidos desde os seus
princípios”, publicada recentemente na edição crítica do Códice Costa Matoso, organizada pela Fundação João Pinheiro. Surpreendentemente, nela a figura de Albuquerque está longe de alcançar a relevância que lhe atribui o poeta mineiro, e a sua atuação na pacificação do conflito entre paulistas e emboabas é descrita de forma sucinta e apressada, num tom muito diverso do épico claudiano. Na verdade, é na História da América Portuguesa, de Rocha Pita, que Albuquerque é primeiramente descrito como grande herói pacificador: partidário dos emboabas, aos quais atribuía o êxito de estabelecer a ordem em meio à tirania dos paulistas, Pita descreveu a passagem do governador pelas Minas como uma empresa destinada a “reduzir aquele grande número de súditos, que vagava sem firmeza, à vida urbana e política, erigindo as seis vilas cujos nomes deixamos já escritos”. À exaltação da figura do governador pelos emboabas, que teriam mesmo rogado a sua intervenção em território mineiro, contrapõe-se a detração dos paulistas, descritos como os adversários acérrimos de Albuquerque, desrespeitosamente ameaçado e maltratado por eles no célebre encontro nas imediações da vila de Guaratinguetá.9 É interessante observar que, ao mesmo tempo em que o poema se impõe como contraponto crítico à obra de Rocha Pita, fartamente contestado pelo autor, ele não deixa de validar o seu elogio a Albuquerque, apresentando-o, inversamente, como simpático à causa paulista, num claro exercício de licença poética.
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GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...