II - ESTRADA REAL (Transcrição)
O percurso da Estrada Real com seus 1400 Km de extensão envolve mais de 200 municípios divididos em três estados brasileiros: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A rota da Estrada Real movimentou a economia do país por um período de mais de 150 anos. Por esses caminhos o ouro e as pedras preciosas
eram levados à corte do Rio de Janeiro. Neste período a ênfase econômica do Brasil estava em Minas Gerais, região que permaneceu desabitada de “cristãos até finais do século XVII”. Foi a descoberta do ouro e dos diamantes que contribuiu decisivamente para atrair pessoas de diversas proveniências para a região, no intuito de um fácil enriquecimento com um investimento mínimo. Após o período da ocupação do litoral brasileiro as expedições dos bandeirantes e sertanistas, nas últimas décadas do seiscentismo começaram as descobertas auríferas e o estabelecimento dos primeiros arraiais e núcleos populacionais. Uma grande quantidade de pessoas vindas de várias partes da colônia e da Europa começaram a ocupar essa região. A Coroa Portuguesa tentou em 1705 impedir a entrada de estranhos na zona do ouro. No dizer de Antonil (1992, p.42) “Cada ano vem nas frotas uma grande quantidade de portugueses e estrangeiros para passarem às minas.” O auge da busca pelo ouro nas Minas Gerais deu-se na época colonial até meados do século XVIII. Explorado de início o ouro de tabuleiro, na beira dos ribeirões, passou em seguida a ser extraído o ouro das margens mais elevadas, já nas encostas: o das grupiaras ou guapiaras. A busca pelo ouro e pelas pedras preciosas vai fazer surgir “os muitos caminhos” que levavam às minas, ampliando as Entradas deixadas pelos bandeirantes e os Peabirus demarcados pelos indígenas ou desbravando novas sendas. E de fato, segundo os historiadores, inúmeros caminhos foram construídos a partir do Rio de Janeiro para Minas, passando por São Paulo. O Professor Antônio Gilberto Costa descreve em sua obra Os Caminhos do Ouro e a Estrada Real (2005) esses caminhos. Devido à diversidade de caminhos, desvios e mudanças ocorridas ao longo do tempo, salientamos que a nossa pesquisa toponímica tem como corpus fundamental os três caminhos apontados pelo Instituto Estrada Real e que se encontram delineados nos Mapas elaborados por este instituto. Assim, o chamado Caminho Velho compreende o maior dos itinerários da Estrada Real. A definição do Caminho Geral do Sertão, como ficou conhecido o antigo caminho dos paulistas, deu-se pelo empenho do bandeirante Fernão Dias Paes em sua última expedição (1674-1681). Por esse caminho foi estabelecida a comunicação entre São Paulo de Piratininga às vilas do Vale do Paraíba – Mogi, Jacareí, Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá, atravessando a serra da Mantiqueira e cruzando o rio Grande no seu trecho oriental em direção ao rio das Velhas. Segundo Costa (2005,p.88), pelo Caminho Velho, a duração da travessia de São Paulo a Ouro Preto ou a região do rio das Velhas era cerca de 74 dias de viagem. Saindo do Rio de Janeiro, passando por Paraty, a travessia durava cerca de 73 dias, isso compreendendo “35 dias de jornada e 38 de paradas.” Mesmo com todas as dificuldades esse trajeto só deixou de ser amplamente utilizado quando adveio o Caminho Novo, que permitiu acesso rápido e ligeiro às minas.
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Fonte: http://migre.me/di7ar
Caminho Velho: "......atravessando a serra da Mantiqueira e cruzando o rio Grande no seu trecho oriental em direção ao rio das Velhas."
Caminho Geral do Sertão: "......atravessando a serra da Mantiqueira e cruzando o rio Verde em direção a Boa Vista, Ingaí e Região de Rio das Mortes."