Na primeira metade do século XVIII, Minas Gerais tornou-se o centro
econômico da colônia, com rápido povoamento. Em 1709, foi criada a
Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, desmembrada da Capitania do
Espírito Santo. Em 1720, a Capitania de Minas Gerais foi separada da
Capitania de São Paulo, tendo como capital Vila Rica (atual Ouro Preto).
Com o apogeu da região mineradora, a escravidão foi adotada como
forma dominante de organização do extrativismo. Com a mineração e a
escravidão negra economicamente rendosas, 500 mil negros foram inseridos
na capitania.
Entre 1700 e 1850, 160 grupos de negros africanos de três regiões
distintas foram trazidos para Minas Gerais: os sudaneses, os bantus e os
moçambiques. Nessa época, a população negra na região nunca foi
inferior a 30% da população total.
Os negros “Minas” embarcados no porto de São Jorge de Mina, atual
Elmina em Gana, eram os mais aptos para trabalharem nos muitos garimpos
de ouro existentes no início do povoamento de Minas Gerais, pois já
exerciam esta profissão na África, enquanto os bantos, vindos de Angola e
Moçambique, eram mais aptos para o trabalho na lavoura.
Destacavam-se as chamadas Vilas do Ouro – Ouro Preto, (estudada em
História de Ouro Preto com mais pormenores), Mariana, Caeté, São João
del-Rei, Catas Altas, Pitangui, Sabará, Serro e Tiradentes – e também
Diamantina. No entanto, a produção aurífera começou a cair por volta de
1750, o que levou Portugal a buscar meios para aumentar a arrecadação de
impostos, provocando a revolta popular, que culminou na Inconfidência
Mineira, em 1789.
Conta Augusto de Lima Júnior, em A Capitania de Minas Gerais, que
grande parte dos pioneiros portugueses que se instalaram nos povoados ao
redor de Mariana e Ouro Preto eram cristãos-novos, e que muito dos
costumes e expressões mineiras vêm desses cristãos-novos, como a palavra
hebraica “Uai” e o costume de sangrar todos os animais antes de
cozinhá-los. Lembra Lima Júnior, também, que o antigo nome de Minas
Novas, “fanado”, significa “circuncisado”.