QUILOMBO DO CAMPO GRANDE HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO15 (Trascrição)
RAZÕES PARA RECONTAR ESTA HISTÓRIA
“Um povo, para surgir como nação, mister é que se una num passado comum e que tenha suas leis, tradições e heróis para cultuar. Mister é que tenha uma história. Esta, no entanto, só os que têm as luzes do saber é que a podem escrever, preservar e cultuar. Os mortos - mesmo os heróis - não rememoram os seus feitos e a oralidade é corrente que pode ser facilmente quebrada. Por isto é que os brancos, nesta capitania e no mundo, sendo os que estas luzes possuem, às outras raças dominam, como Deus assim o determinou, sempre. A intrínseca superioridade branca é inabalável. A própria anatomia dos negros, como o têm revelado as ciências, circunscreveu - lhes um cérebro muito inferior, o que explica a sua natural boçalidade. As rebeliões, revoltas e sublevações de pretos e gentalhas não haverão de manchar a história desta terra. As cítaras e as penas haverão de cantar e escrever somente os gloriosos feitos e conquistas dos homens-bons, legando ao esquecimento os infelizes sucessos que, neste século, atribulam estas Minas. O passar do tempo, os castigos justos, a ausência de luzes e a vida curta haverão de encaminhar esta gentalha e pretos à pacífica servidão e aquiescência ao generoso domínio de el-rei, cuja magnanimidade outras coisas não quer a não ser o bem comum e a salvação dessas miseráveis almas para o reino de Deus, por intercessão da Santa Madre Igreja e de seus Santos”2. Assim prescreveram os cronistas da século XVIII, e assim escreveram e ainda escrevem - os arautos do poder constituído incumbidos de esconder ao povo a verdade e de roubar-lhe o rosto ante passado e a própria história. Fritz Teixeira Salles, no entanto, em “Vila Rica do Pilar”, ousou registrar: “A longa história dos quilombos de Minas, talvez a maior e mais bela epopéia dos sertões brasileiros, não raro apresentando certos aspectos que revelam o barbarismo dos brancos e o primitivismo dos negros, espera o seu grande historiador”3. As penas dos grandes historiadores, no entanto, por jornal ou por erro,
continuam bastante ocupadas somente com os assuntos de maior interesse dos homens-bons. Assim, tentarei eu mesmo - apesar de gentalha ou bode 4 - glosar - lhes certos feitos históricos e contar um pouco da História do povo, a qual sempre quiseram esconder. Caro Leitor:
RAZÕES PARA RECONTAR ESTA HISTÓRIA
“Um povo, para surgir como nação, mister é que se una num passado comum e que tenha suas leis, tradições e heróis para cultuar. Mister é que tenha uma história. Esta, no entanto, só os que têm as luzes do saber é que a podem escrever, preservar e cultuar. Os mortos - mesmo os heróis - não rememoram os seus feitos e a oralidade é corrente que pode ser facilmente quebrada. Por isto é que os brancos, nesta capitania e no mundo, sendo os que estas luzes possuem, às outras raças dominam, como Deus assim o determinou, sempre. A intrínseca superioridade branca é inabalável. A própria anatomia dos negros, como o têm revelado as ciências, circunscreveu - lhes um cérebro muito inferior, o que explica a sua natural boçalidade. As rebeliões, revoltas e sublevações de pretos e gentalhas não haverão de manchar a história desta terra. As cítaras e as penas haverão de cantar e escrever somente os gloriosos feitos e conquistas dos homens-bons, legando ao esquecimento os infelizes sucessos que, neste século, atribulam estas Minas. O passar do tempo, os castigos justos, a ausência de luzes e a vida curta haverão de encaminhar esta gentalha e pretos à pacífica servidão e aquiescência ao generoso domínio de el-rei, cuja magnanimidade outras coisas não quer a não ser o bem comum e a salvação dessas miseráveis almas para o reino de Deus, por intercessão da Santa Madre Igreja e de seus Santos”2. Assim prescreveram os cronistas da século XVIII, e assim escreveram e ainda escrevem - os arautos do poder constituído incumbidos de esconder ao povo a verdade e de roubar-lhe o rosto ante passado e a própria história. Fritz Teixeira Salles, no entanto, em “Vila Rica do Pilar”, ousou registrar: “A longa história dos quilombos de Minas, talvez a maior e mais bela epopéia dos sertões brasileiros, não raro apresentando certos aspectos que revelam o barbarismo dos brancos e o primitivismo dos negros, espera o seu grande historiador”3. As penas dos grandes historiadores, no entanto, por jornal ou por erro,
continuam bastante ocupadas somente com os assuntos de maior interesse dos homens-bons. Assim, tentarei eu mesmo - apesar de gentalha ou bode 4 - glosar - lhes certos feitos históricos e contar um pouco da História do povo, a qual sempre quiseram esconder. Caro Leitor:
“VERITAS QUAE SERA TAMEN” LIBERTE-SE.
1) Fonte: QUILOMBO DO CAMPO GRANDE HISTÓRIA DE MINAS QUE SE DEVOLVE AO POVO http://migre.me/v3OZL
2)Fonte: Sesmaria - Cruzeiro, o Quilombo das Luzes http://migre.me/v3PzG
2)Fonte: Sesmaria - Cruzeiro, o Quilombo das Luzes http://migre.me/v3PzG