sábado, 29 de outubro de 2016

Armar escravos em Minas colonial : p otentados locais e suas práticas de reprodução social na primeira metade do século XVIII, por ANA PAULA PEREIRA COSTA *

A mobilização de escravos armados no governo e manutenção da ordem nas conquistas.
 A idéia de senhores armarem seus escravos para deles se utilizar como um “exército privado” pode a princípio parecer-nos muito contraditória. Tradicionalmente a imagem que se construiu acerca dos escravos foi a do “inimigo doméstico”, ou a da mercadoria preciosa sob a qual o senhor poderia exercer total domínio, ou a de seres traiçoeiros sempre prontos a se rebelarem contra seus donos. Sendo assim, porque seus senhores supririam esses “inimigos” com armas? Como bem lembrou David Brion Davis, podemos fazer uma analogia deste argumento com uma realidade atual, ao pensarmos que armar escravos seria algo similar a fornecer armas e granadas aos condenados das penitenciárias de segurança máxima7. Levando em consideração os vários relatos empíricos que mostram a presença de escravos armados lutando ao lado e às vezes, defendendo seus senhores, uma importante questão a ser considerada é: porque alguns escravos escolheriam lutar pelos seus donos? A compreensão dessa questão de como e porque agiam esses escravos armados é fundamental para apreendermos o funcionamento da instituição humana mais degradante de toda a história8. Estudos recentes sugerem que usar escravos armados, seja em exércitos “formais” seja em milícias particulares, não era algo nada excepcional, sendo esta uma prática comum a diferentes épocas e lugares; prática esta que também foi levada para as Américas portuguesa e espanhola9. Em relação à América portuguesa alguns autores têm demonstrado que era relativamente comum que senhores armassem seus escravos no Brasil colonial, desde o século XVI até o século XIX, em diferentes paragens. 
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