2.1. História do Caminho Velho
O Caminho Velho seguia a trilha dos índios Goianás entre sua aldeia de baixo, Paratii (Paraty), e a aldeia de cima, Taba-Etê (Taubaté), no Vale do Paraíba (Joffily 1998). Em 1597, era preciso três dias para percorrer o trecho de subida da trilha pela Serra do Mar, segundo relato do inglês Knivet (1906). Apesar do tempo de travessia ter sido considerado demasiadamente longo por Ribas (2003), o relato original do viajante do século XVI passa a impressão de uma longa e penosa subida de serra. Com a descoberta do ouro nas Minas Geraes, os caminhos abertos por bandeirantes entre São Paulo do Piratininga e o interior ganharam importância estratégica. O Caminho Geral do Sertão passava pelo vale do Paraíba do Sul e subia a Serra da Mantiqueira no vale do Rio Grande (Santos 2001). Em 1660, por ordem do Governador da Província do Rio de Janeiro, a trilha dos Goianás foi ampliada e passou a ser utilizada como ligação entre a província do Rio de Janeiro e o caminho paulista (Ribas 2003). O auge da atividade no Caminho Velho ocorreria a partir de 1702, quando um novo Regimento das Minas determinava que ouro e outras mercadorias, com exceção de gado, fosse transportado pelo porto de Paraty; neste mesmo ano, o Governador determinou conserto do trecho entre Paraty e Taubaté. Em 1704, a Coroa só permitia duas casas de Registro do Ouro entre o Rio de Janeiro e as Minas Geraes: uma em Santos e outra no alto da Serra de Paraty (Ribas 2003).
O Caminho Velho seguia a trilha dos índios Goianás entre sua aldeia de baixo, Paratii (Paraty), e a aldeia de cima, Taba-Etê (Taubaté), no Vale do Paraíba (Joffily 1998). Em 1597, era preciso três dias para percorrer o trecho de subida da trilha pela Serra do Mar, segundo relato do inglês Knivet (1906). Apesar do tempo de travessia ter sido considerado demasiadamente longo por Ribas (2003), o relato original do viajante do século XVI passa a impressão de uma longa e penosa subida de serra. Com a descoberta do ouro nas Minas Geraes, os caminhos abertos por bandeirantes entre São Paulo do Piratininga e o interior ganharam importância estratégica. O Caminho Geral do Sertão passava pelo vale do Paraíba do Sul e subia a Serra da Mantiqueira no vale do Rio Grande (Santos 2001). Em 1660, por ordem do Governador da Província do Rio de Janeiro, a trilha dos Goianás foi ampliada e passou a ser utilizada como ligação entre a província do Rio de Janeiro e o caminho paulista (Ribas 2003). O auge da atividade no Caminho Velho ocorreria a partir de 1702, quando um novo Regimento das Minas determinava que ouro e outras mercadorias, com exceção de gado, fosse transportado pelo porto de Paraty; neste mesmo ano, o Governador determinou conserto do trecho entre Paraty e Taubaté. Em 1704, a Coroa só permitia duas casas de Registro do Ouro entre o Rio de Janeiro e as Minas Geraes: uma em Santos e outra no alto da Serra de Paraty (Ribas 2003).
Até 1710 a junção entre o Caminho Velho e o
Caminho Geral do Sertão ocorria em Taubaté,
passando por Cunha (Facão) e pela Cachoeira
Grande, em Lagoinha (Antonil 1955; Mariotto 2009).
De modo a encurtar o trajeto, as junções foram
transferidas cada vez mais para leste (Santos 2001).
Em 1717 os dois caminhos se juntavam em
Guaratinguetá, mas a subida da serra ainda era feita
com grande dificuldade (Anônimo 1939).
Tendo como motivação principal a atuação de
piratas e corsários no trecho marítimo do Caminho
Velho, entre Sepetiba e Paraty, a Coroa determinou
a construção de dois caminhos alternativos (Santos
2001, Ribas 2003): o Caminho Novo da Piedade,
ligando Guaratinguetá ao Rio de Janeiro por via
terrestre, passando por São João Marcos e Santa
Cruz; o Caminho Novo, em 1698, ao fundo da Baía
de Guanabara, rumando a Norte pela Serra da
Estrela. Os caminhos foram finalizados em 1725 e
1767, respectivamente, e acabaram por diminuir
acentuadamente a importância do Caminho Velho.
Em 1751 o estado geral do Caminho Velho estava
bastante deteriorado, conforme registra o Conde de
Azambuja:
(...) Daqui a Paraty gastei dois dias: no
primeiro fui no sitio da Aparição, em que
experimentei o mesmo frio que no reino: o
segundo me levou toda a serra do Paraty,
que na opinião comum é a pior que se
conhece. A estrada em partes é tão
apertada, aberta em rochas, que era
necessário levantar os pés até os por na
garupa do cavalo: e nem com tudo isso
escapei de dar muitas boas topadas: tanto a
pique, que oito dias me ficaram doendo as cadeiras de me endireitar: o chão estava
calçado ou alastrado de pedras soltas e
desiguais, com muitos saltos e barrocas: e
onde isto faltava era atoleiro grande e
caldeirões muito fundos. (...) Além disso,
tem duas passagens de rios bastante más.
(Taunay 1927 apud Ribas 2003).
Em 1790, o Caminho Velho ainda mantinha um
Registro do Ouro em Paraty, quando a estrada
passou a ser utilizada para transporte de escravos
(legal e ilegal) e café (Ribas 2003). Devido ao grande
fluxo de animais e pessoas, reformas foram
realizadas no trecho de subida da Serra do Mar em
1824, 1838 e 1840, durante o Primeiro Império e na
Regência Trina (Ribas 2003).
Mapa contido na obra de Ribas, M. C. 2003. A história do caminho do ouro em Paraty. Paraty: Contest Produções Culturais.
Mapa contido na obra de Ribas, M. C. 2003. A história do caminho do ouro em Paraty. Paraty: Contest Produções Culturais.
Fonte: Créditos Miguel Tupinambá1
, Audrey A. Monlevade1
, Joyce V.P. Brito1
,
Felipe R. Waldherr1
, Ana Tupinambá2
http://migre.me/vhPbU