sábado, 10 de março de 2012

A Trilha dos Tupiniquins e o Caminho do Padre Anchieta Fonte: Livro Capitães do Brasil de Eduardo Bueno.

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Fonte: http://migre.me/8f3YK

Obs:
1) Desde São Vicente - Em sua obra Visão do Paraíso, toda ela dedicada à análise desses mitos especialmente na época dos Descobrimentos, conta Sérgio Buarque de Holanda que "a possibilidade de se acharem pelo caminho de São Paulo as mesmas riquezas que tinham sido procuradas a partir de Porto Seguro, do Espírito Santo e da Bahia ficara demonstrada, aliás, desde que Brás Cubas, conforme já foi notado, trouxera ou fizera trazer do sertão mostras de ouro, além de recolher pedras verdes de suas mesmas propriedades, que corriam, como se sabe, até o limite ocidental da demarcação lusitana, ou seja, até as raias do Peru. E, em 1574, segundo um documento divulgado por Jaime Cortesão (Pauliceae Lusitana Monumenta Historica, I, págs. XCLX e CI), certo Domingos Garrucho (ou Garocho?), morador na capitania de São Vicente, e possivelmente em Santos, onde devera ter conhecido Braz Cubas, recebeu patente de mestre de campo do descobrimento da lagoa do Ouro".
Além das referências sobre caminhos possíveis para se chegar a esses lugares fantásticos, dadas pelos degredados e pelos indígenas, São Vicente tinha uma outra vantagem sobre os pontos litorâneos mais ao Norte: a menor distância entre o litoral e os Andes, encurtando bastante a viagem. De fato, os antecessores dos primeiros bandeirantes teriam - mesmo com todas as adversidades - chegado por terra aos rios da Prata/Paraná e São Francisco, senão ao território inca peruano. Assim pensou Dom Francisco de Sousa, "nomeado capitão-general de São Vicente, Espírito Santo e Rio de Janeiro, ou melhor, quando ainda governador-geral do Brasil".
Fonte: HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE -PEABIRU - Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: http://migre.me/8figI
2) O vale do Paraíba já estava domado pelos portugueses nas lutas que sustentaram com os tamoios e pelo abandono do Rio de Janeiro pelos franceses. Relativamente fácil foi à expedição de André de Leão o caminhar por esse rio, vales e montes. Vai transcrita a identificação feita, por Orville Derby, no terreno e nos rios tornando por base a descrição de W. Glymmer.
"Partindo de S. Miguel [1], nas margens do Tietê, perto de S. Paulo, a bandeira passou para um afluente do Parayba, ganhou este rio, navegou por ele abaixo, até a sua secção encachoeirada, galgou a Serra, da Mantiqueira, passou diversos rios atribuídos corretamente ao sistema platino e penetrou até próximo ao alto S. Francisco. Fonte: HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - BIBLIOTECA - Na Capitania de S.V.(http://migre.me/8fj5r)
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3) No tempo em que, vindo da Bahia, d. Francisco de Souza, esteve pela primeira vez em S. Paulo, aí vivia Guilherme Glymmer, flamengo, que tomou parte em uma expedição ao sertão e que dela fez uma descrição, que encontrou abrigo na obra de P. Marcgrave – História Botânica do Brasil – nos termos seguintes: (ultimo paragrafo do relato)
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"Daí, recuperadas as forças e aparelhados os víveres, pelo mesmo caminho por onde viéramos regressamos àquele rio, onde havíamos deixado as canoas, e, revigorados, saltamos nela e subimos o rio até as suas fontes; e assim gastos nove meses nesta expedição, voltamos primeiro a Mogomimin, depois, à cidade de S. Paulo".Ibidem(http://migre.me/8fj5r)
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*Ligação de Mogi das Cruzes com o Alto da Serra (Núcleo Embrião de Piquete) Origem do Mapa: http://migre.me/8lU59
Nota: Parafraseando, depois de 1554, que escreveu do Paraguai Dona Mencia Calderón, a viúva de Juan de Sanabria, dizendo que 'de São Vicente se podia ir até Assunção por certo camiño nuevo que se habia descubierto'." Considerando a localidade da fazenda de Brás Cuba, posto avançado no acesso ao sertão, o rio Tiete e Paraíba, como verdadeiros caminhos que andam, a expedição de André de Leão, que em relatos de Gulherme Grymmer após vagar pelo sertão,  voltou a Mogomimin pelo mesmo caminho, posso afirmar com absoluta convicção que; o Núcleo Embrião de Piquete, com inúmeras toponímias devidamente identificáveis, (Raiz do Monte, desfiladeiro de Itajubá,   Garganta do Sapucaí, Amantiqueira Quadrilheira, Sertão dos Índios Bravos, vereda das brumas das terras ermas, Sertão Proibido, Serra de Jaquamimbaba, Aldeia São Miguel do Piquete, Meia Lua, cidade paisagem),  se constitui em rota do caminho novo que haviam descoberto,  de São Vicente até, aos rios da Prata/Paraná e São Francisco, e ao território inca peruano. Fonte: (http://migre.me/8fkol)




O Peaberu em São Paulo (Transcrição)


 
João Ramalho (Caramuru) aponta a direção do Peaberu à Piratininga na chegada do governador Duarte da Costa Quando os portugueses aqui chegaram, encontraram uma estrada aberta pelos nativos, que ia de São Vicente, litoral Sul de São Paulo, a Cuzco (Peru). É uma via única superior as, então, existentes na Europa, com largura de menos de dois metros, e conhecida como Peaberu. Oriunda da baixada santista, essa trilha passa pelo Vale do Anhangabaú, centro da cidade de São Paulo, ruma à Sorocaba e aos rios Paranapanema, Ivinhema e Corrientes, de onde o caminho demanda às regiões paranaenses de Curitiba, Ponta Grossa, Campo Mourão e Guairá, segue pelos rios Paraná e Paraguai, corta o território mato-grossense, paraguaio e boliviano, até atingir as rotas dos Incas, no Peru. O que pouca gente sabe, especialmente na Baixada Santista, é que São Vicente, além de ser a primeira vila organizada fundada no País, é um dos pontos de partida da rota do Peaberu.São Paulo foi fundada em 25 de janeiro de 1554, no atual Pátio do Colégio, quando 12 jesuítas vindos de São Vicente pelo Peaberu - entre eles o jovem José de Anchieta - comandados pelo missionário Manoel de Paiva e sob ordens do padre Manoel da Nóbrega, celebraram uma missa inaugural. Foram esses jesuítas que fizeram o aldeamento da Vila São Paulo de Piratininga (peixe podre). A fundação limitou a vila da ''colina histórica'' à região que vai do Vale do Anhangabaú à Praça da Sé onde se encontra o Marco Zero, que aponta o Estado do Paraná e Santos.Fonte: http://migre.me/8eSQu

Obs: HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - PEABIRU Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre:
Fonte: http://migre.me/8eU7Y
(Transcrição)
1) "Ainda assim, registram-se por volta de 1600 algumas entradas em busca dessas riquezas, especialmente da lendária lagoa dourada de Paraupeba ou Paraupava (nas montanhas de Sabarabuçu ou Sabaroasu - topônimo proveniente de Taberaboçu, forma corrompida do tupi Itaberaba e seu aumentativo Itaberabaoçu, significando "serra resplandecente"), onde começariam importantes rios, como o São Francisco, o Prata e o Amazonas - que se acreditava estarem interligados a ela, pelo fato de serem rios caudalosos e perenes."   2) "São também citadas as narrativas de Anthony Knivet sobre como seria bem mais curto o trajeto do litoral vicentino (que abrangia Cananéia, um dos pontos de entrada dos expedicionários) ao Serro de Potosi. Outro inglês - Thomas Griggs, tesoureiro do navio Minion of London, mandado ao Brasil em 1580 por uma companhia londrina de aventureiros - informava que certa parte do Peru estaria situada "por água ou terra a doze dias apenas" da vila de Santos. Seu testemunho confirma as informações do compatriota John Whithall, então morador em Santos, que atraíra a atenção dos aventureiros londrinos."
Nota: Parafraseando - Se em 1601 deram-se algumas entradas em busca dessas riquezas, especialmente da lendária lagoa dourada de Paraupeba ou Paraupava, onde começariam importantes rios, como o São Francisco, o Prata e o Amazonas - que se acreditava estarem interligados a ela, pelo fato de serem rios caudalosos e perenes. Entre essas a expedição enviada por Dom Francisco de Souza sob o comando de André de Leão, constante de relato de Alexandre Grymmer; Se as narrativas de Anthony Knivet sobre como seria bem mais curto o trajeto do litoral vicentino ao Serro de Potosí (originariamente localizado no território ocupado hoje pela Bolívia). É possível afirmar com absoluta tranquilidade que, o caminho a partir da cidade de São Paulo, não foi em ruma à Sorocaba e aos rios Paranapanema, uma vez que o caminho percorrido pela expedições de André de Leão e Anthony Knivet devidamente documentada "datissíma venia" foi em direção ao Vale do Paraíba, até seu limite de navegabilidade, aldeia de Guaipacaré, quando então seguiram em direção a raiz do monte e, transpuseram esse relevo pela garganta do Sapucaí ou desfiladeiro de Itajubá. Em conformidade com a Cartografia Histórica, pelo Alto da Serra, espaço colonial de Piquete-SP.


Nota: O historiador Francisco Adolfo de Varnhagen informa: "Ás notícias vindas de São Vicente (...) se tinham seguido outras mandadas de Pernambuco pelo provedor-mor Antônio Cardoso; (...) mas eram especialmente as recém-chegadas de Porto Seguro, onde estava o capitão Duarte de Lemos, que mais visos tinham de verdadeiras. Uma partida de gentios, ali arribada do sertão, dava conta de que, para as bandas do grande rio São Francisco, se encontravam serras com esse metal amarelo que iam ter aos rios; e ao mesmo tempo apresentavam mostras de várias pedras finas, entrando neste número algumas verdes como esmeraldas."
Em julho de 1550, de Porto Seguro, o capitão Duarte de Lemos escreveu ao soberano, garantindo-lhe que ali "é a terra onde está o ouro, porque de nenhuma destas partes podem ir melhor a ele que por esta", já que o Peru "está na altura de dezessete graus que é onde esta capitania está (...)". Em definitivo resta esclarecido que um caminho rumo à Sorocaba  resulta injustificado, pois estando a região de Sabaraçu na latitude 19" Sul, de onde se deu a verdadeira marcha para o Oeste, via Paracatu, Pitangui em demanda do Mato Grosso e Potosí.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.   http://migre.me/lvipc

 
MAPAS DE SANTOS
Carta corográfica - Capitania de S. Paulo, 1766

Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. Clique nas imagens para reduzi-las: 
http://migre.me/lvi1p

sexta-feira, 9 de março de 2012

A) - HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - PEABIRU Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: 1 (Transcrição)

Paraíso sulamericano - Com o avanço dos  descobrimentos marítimos ibéricos, e a percepção de que numa Terra redonda o Oriente bíblico poderia estar inclusive no Ocidente (ou as cartas geográficas poderiam ser desenhadas de ponta-cabeça, de forma que os locais imaginados para o Éden ficariam em posição nobre, na parte superior), aliada às maravilhas do Novo Mundo descritas pelos navegadores, o Paraíso Terrestre e todo o conjunto de lendas que o cerca foi rapidamente transportado para o interior da América do Sul.
A nova localização reunia todas as características descritas no Éden: clima temperado, vegetação luxuriante, fauna exuberante o ano todo (com muitas espécies desconhecidas e associáveis à mitologia paradisíaca), a aparente pureza de alma dos indígenas, os quatro rios (Orinoco, Amazonas, São Francisco e Prata). Espécimes da flora como a sensitiva, e da fauna como o louva-a-deus, o beija-flor e o colibri, a jibóia que troca de pele (associada à serpente bíblica), a anhuma (comparada ao unicórnio) apenas reforçavam a idéia da proximidade com as regiões paradisíacas.
E os papagaios, além de terem também status de aves-do-paraíso (ao lado do rouxinol e da mítica fênix), apresentavam em alguns casos as mesmas cores dos até então só encontrados na Índia (o papagaio de coleira vermelha, que existia no famoso Reino cristão do Preste João - que seria próximo ao rio Ganges, antes de ser trasladado nos relatos portugueses para a Abissínia/Etiópia), o que Cristóvão Colombo usou como argumento para sua tese de que tinha alcançado tão distante região.
O Brasil já foi denominado Terra dos Papagaios (em 1501) e o fascínio dessas aves sobre os navegadores é bem demonstrado neste mapa elaborado por Cantino, em 1502 - aqui parcialmente reproduzido, com a região Nordeste e a linha do Equador na vertical
Mapa conservado na Biblioteca Universitária de Modena, na Itália

A própria forma de coração do continente sulamericano, destacada pelo historiador e geógrafo Antonio de León Pinelo, conselheiro real de Castela, na obraEl Paraíso en el Nuevo Mundo, provaria que os primeiros homens nasceram em seu interior, habitando a América do Sul até o Dilúvio Universal, quando Noé construiu sua arca na vertente ocidental da cordilheira dos Andes, com cedros e madeiras fortes. Segundo seu relato, Noé rumou em sua Arca diretamente dos Andes peruanos para a Ásia e, depois de propagar-se ali a nova espécie humana, voltou ao Novo Mundo.
E se o Éden era cercado por ricas muralhas, não seriam novos indícios de sua proximidade o ouro, a prata e as pedras preciosas descobertos pelos espanhóis nos montes do Peru? Peru que, nas descrições da época, quase chegava ao Atlântico e à Bacia do Prata, pouco espaço deixando ao Brasil dos portugueses em certas cartas geográficas. Como o cosmógrafo e matemático italiano João Batista Gésio, que define a América Portuguesa como "terra continuata con el Peru".
Num mapa de fins do século XVI, o de Arnoldus Florentinus, o Peru ocupava quase toda a América do Sul, com espaços mínimos para os vizinhos Chile, Castilla del Oro e Brasilia. O Brasil também foi descrito no Livro que Dá Razão do Estado do Brasil, de 1612, como apenas a "parte oriental do Peru, povoada na costa do mar Etiópico". Na carta de mestre Pedro de Medina, de 1545, o Peru já quase se confunde com toda a América do Sul, o mesmo ocorrendo na que Alonso Peres elaborou em 1640.
Consultados os indígenas, a respeito dos caminhos para se chegar ao Eldorado, à Fonte da Juventude, à Lagoa Dourada, ao próprio Paraíso, estes acabaram reunindo um pouco de suas próprias lendas nativas às fantásticas histórias trazidas pelos navegadores. O mesmo São Tomé - que viveu e foi sepultado em Meliapor, na Índia - deixou assim pegadas e marcas de seu bastão gravadas em milagrosas rochas sulamericanas desde a Bahia até o Paraguai, sendo que seu caminho pela capitania de São Vicente até as terras do atual Paraguai é bastante citado nas crônicas da época.
Porém, o que mais queriam os navegadores portugueses era estabelecer um caminho por terra entre o litoral brasileiro e as riquíssimas regiões peruanas, ainda mais após a descoberta espanhola das minas de Potosi, em 1545. Para maior controle da Coroa, uma vez que a capital da colônia estava em Salvador, as primeiras expedições partiram da Bahia. Com a transferência da sede administrativa para o Rio de Janeiro, novas expedições foram feitas a partir dessa região.
Mas, bem antes de Martim Afonso se instalar em São Vicente, já era conhecido o caminho do Peabiru, que, com uma das ramificações partindo do litoral vicentino (outra delas começaria na Ilha de Santa Catarina), atingiria os contrafortes dos Andes - onde as montanhas nevadas, com certos efeitos luminosos causados pelo Sol sobre a neve, se transformavam facilmente em montanhas de encostas douradas, de ouro, confirmando assim os mitos do Paraíso Terrestre e da Lagoa Dourada.
Mina de Prata em Potosi, na atual Bolívia, em estampa de Theodor de Bry e Matthäus Merian
Reprodução de Americae Praeterita Eventa, de Helmut Andrä e Edgard de Cerqueira Falcão, 
Editora da Universidade de São Paulo, 1966, São Paulo/SP
Fonte:(crédito - Carlos Pimentel Mendes) http://migre.me/8ehQK

B) - HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - PEABIRU Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: 1 (Transcrição)

Desde São Vicente -  Em sua obra Visão do Paraíso, toda ela dedicada à análise desses mitos especialmente na época dos Descobrimentos, conta Sérgio Buarque de Holanda que "a possibilidade de se acharem pelo caminho de São Paulo as mesmas riquezas que tinham sido procuradas a partir de Porto Seguro, do Espírito Santo e da Bahia ficara demonstrada, aliás, desde que Brás Cubas, conforme já foi notado, trouxera ou fizera trazer do sertão mostras de ouro, além de recolher pedras verdes de suas mesmas propriedades, que corriam, como se sabe, até o limite ocidental da demarcação lusitana, ou seja, até as raias do Peru. E, em 1574, segundo um documento divulgado por Jaime Cortesão (Pauliceae Lusitana Monumenta Historica, I, págs. XCLX e CI), certo Domingos Garrucho (ou Garocho?), morador na capitania de São Vicente, e possivelmente em Santos, onde devera ter conhecido Braz Cubas, recebeu patente de mestre de campo do descobrimento da lagoa do Ouro".
Além das referências sobre caminhos possíveis para se chegar a esses lugares fantásticos, dadas pelos degredados e pelos indígenas, São Vicente tinha uma outra vantagem sobre os pontos litorâneos mais ao Norte: a menor distância entre o litoral e os Andes, encurtando bastante a viagem. De fato, os antecessores dos primeiros bandeirantes teriam - mesmo com todas as adversidades - chegado por terra aos rios da Prata/Paraná e São Francisco, senão ao território inca peruano. Assim pensou Dom Francisco de Sousa, "nomeado capitão-general de São Vicente, Espírito Santo e Rio de Janeiro, ou melhor, quando ainda governador-geral do Brasil".
Em 1553, chegava a Lisboa a notícia levada por Tomé de Sousa, atribuída a certo mameluco do Brasil que o acompanhava, que pretendia ter andado no Peru, de onde tornara por terra à costa do Brasil e afirmava que tal percurso poderia ser feito em muito poucos dias. Em 1560 e no ano anterior, tinham-se realizado as expedições de Brás Cubas e Luís Martins, a partir do litoral vicentino, e "de uma delas há boas razões para presumir que teria alcançado a área do São Francisco, onde recolheu amostras de minerais preciosos. Marcava-se, assim, um trajeto que seria freqüentemente utilizado, no século seguinte, pelas bandeiras paulistas", refere Sérgio Buarque de Holanda.
O historiador Capistrano de Abreu tentou identificar tal mameluco citado por Tomé de Sousa como sendo Diogo Nunes, provavelmente natural da capitania de São Vicente, que por volta de 1554 ofereceu a Dom João III curiosos Apontamentossobre uma viagem ao Peru, relatando que seria possível "ir por São Vicente, atravessando pelas cabeceiras do Brasil, tudo por terra firme". Nesse ponto, contradiz outro historiador, Varnhagen, que acreditou ser o espanhol Diogo Nuñes de Quesada o autor de tal documento.
Um documento aparentemente definitivo sobre o tema seria a relação que Martin de Orue escreveu antes de setembro de 1554 (conservada no Arquivo de Índias de Sevilha), com o trecho "del peru vyno por el año pasado un pasajero natural portugues que se dize domyngo nunes natural de Moron ques Junto ala Raya de Castilla el qual trujo de veynte a treynta myll ducados este andando persuadiento al Rey por uma conquysta por el Brasil para por ally entrar a las espaldas de cuzcol [...]". Com as abreviaturas usadas na época e o pouco esmero de Orue na transcrição de nomes portugueses, não é difícil a Sérgio Buarque de Holanda apontar que Domingos e Diego sejam o mesmo prenome do viajante natural de Mourão (Moron), junto à raia de Castela, na Espanha.
Sérgio Buarque cita por sua vez o Archivo de Indias (Sevilha), conforme cópia da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro: "[...] traxo consigo vn ombre hijo de vn portugues ~q lo ubo de vna mujer del brasil el qual se crió por la tierra del brasil adelante y ~q el dho ombre dize que ha estado en d peru y ~q del peru vino alli al brasyl por tiérra y ~q esta muy çerca de aquello y ~q donde estan los portugueses en el peru y ~q creis ~qlo que este ombre dize deue ser en la demarcaçion de sua mag.de el brasyl em muy pocos dias por tierra yran y ~q ay mas mynas de oro e plata ~q en y tenesys por çierto que juntamente con los que alla tiene en el brasyl lleguen al cauo esto que dize ese ombre y tengoos en seruiº el aviso que dello nos days que ha sydo açertado [...]". Ele observa a respeito que "este ofício do príncipe, datado de Valladolid aos 17 de novembro de 1553, responde à carta de Luís Sarmiento de 8 do mesmo mês e ano." Luís Sarmiento de Mendoza era embaixador espanhol em Lisboa.
São também citadas as narrativas de Anthony Knivet sobre como seria bem mais curto o trajeto do litoral vicentino (que abrangia Cananéia, um dos pontos de entrada dos expedicionários) ao Serro de Potosi. Outro inglês - Thomas Griggs, tesoureiro do navio Minion of London, mandado ao Brasil em 1580 por uma companhia londrina de aventureiros - informava que certa parte do Peru estaria situada "por água ou terra a doze dias apenas" da vila de Santos. Seu testemunho confirma as informações do compatriota John Whithall, então morador em Santos, que atraíra a atenção dos aventureiros londrinos.
Não por acaso, Santos e São Vicente passaram subitamente a despertar grande interesse entre mercadores, navegantes e piratas ingleses, que pensaram em estabelecer na ilha vicentina um trampolim para a conquista das minas espanholas de Potosi, já que São Vicente era pouco fortificada e bastante abastecida de víveres que sustentariam "infinitas multidões" de conquistadores.
Fonte:(crédito - Carlos Pimentel Mendes)http://migre.me/8ehQK

C) - HISTÓRIAS E LENDAS DE S. VICENTE - PEABIRU Porta para as riquezas do Paraíso Terrestre: 1 (transcrição)

Desinteresse - Enquanto isso, os paulistas estavam mais interessados na caça aos índios para escravização que na busca de riquezas minerais, e convencidos de que, se o ouro e as esmeraldas fossem encontrados, imediatamente a Metrópole reforçaria seu controle sobre São Paulo, tirando sua liberdade de ação. Assim, havia um amplo desinteresse, quando não um verdadeiro boicote, à busca dessas riquezas pelas terras paulistas.
A propósito, vale recordar que, no século XVI, os diamantes (incolores) eram considerados desinteressantes, tendo muito maior valor as esmeraldas, verdes, estas bem mais procuradas, pelo papel importante que tinham nas visões paradisíacas (eram encontradas no bíblico rio Fison), em que a tais pedras verdes eram atribuídas virtudes sobrenaturais, como a identificação de venenos e resistir a quaisquer malefícios, garantindo ainda a castidade de suas portadoras e sendo um símbolo da vida eterna.





A cidade de Sabará foi fundada pelo bandeirante Borba Gato nas montanhas de Sabarabuçu
Óleo de Alberto da Veiga Guignard, conservado no Museu Nacional de Belas Artes (RJ)

O comércio de escravos indígenas era mais compensador que a busca de lendárias riquezas, e o insucesso de várias expedições ao Peru, algumas massacradas por indígenas hostis, não animavam muitas tentativas.
Ainda assim, registram-se por volta de 1600 algumas entradas em busca dessas riquezas, especialmente da lendária lagoa dourada de Paraupeba ou Paraupava (nas montanhas de Sabarabuçu ou Sabaroasu - topônimo proveniente de Taberaboçu, forma corrompida do tupi Itaberaba e seu aumentativo Itaberabaoçu, significando "serra resplandecente"), onde começariam importantes rios, como o São Francisco, o Prata e o Amazonas - que se acreditava estarem interligados a ela, pelo fato de serem rios caudalosos e perenes.
Tal lagoa - que explicaria o fato desses rios serem ainda mais caudalosos no verão, quando se esperaria que secassem devido ao calor - estaria no território do atual estado de Goiás ou em Minas Gerais, onde inclusive existe ainda o assim denominado sítio de Paraopeba (e o Rio Paraopeba é um dos principais afluentes do alto curso do Rio São Francisco).
Assim acreditava João de Laet, que reproduziu em sua obra as observações do compatriota Guilherme Glimmer "acerca de uma viagem que pudera empreender em 1601, quando morador na capitania de São Vicente, e que até hoje representa o único documento conhecido sobre o percurso da bandeira confiada ao mando de André de Leão. As origens dessa expedição prendem-se, de acordo com o testemunho de Glimmer, ao fato de ter recebido Dom Francisco de Sousa de certo brasileiro, pela mesma época, amostras de uma pedra de cor tirante ao azul, de mistura com grãos dourados. Submetida ao exame dos entendidos, um quintal dessa pedra chegara a dar nada menos do que trinta marcos de prata pura."
A respeito, Sérgio Buarque cita a Historia Naturalis Brasiliae, pág. 263: "Is narrat eo tempore quo ipse in Praefectura S. Vicentii degeret, venisse ad illas partes à Praefectura Bahiae Franciscum de Sousa; acceperat enim à quodam Brasiliamo mettalum quoddam, è montibus Sabaroason, ut serebat, erutum, coloris cyanei sive caelestis arenulis quibusdam aurei coloris interstictum quod unu à minerariss esset provatum, in quintali triginta marcas puri argenti continere deprehensum fuit".
Depois de aludir às expedições de Aleixo Garcia e do espanhol Cabeza de Vaca, pelo caminho iniciado em Cananéia, nos primeiros anos do século XIV, o autor de Visão do Paraíso observa ser "provável que a via de São Vicente a Assunção, aberta aparentemente pelo ano de 1552 ou pouco antes, fosse um dos galhos da mesma estrada. Não há prova de que antes da vinda dos europeus fosse correntemente usada, em todo o seu curso, pelos Tupi vicentinos. Ao menos em certa informação que, depois de 1554, escreveu do Paraguai Dona Mencia Calderón, a viúva de Juan de Sanabria, diz-se que 'de São Vicente se podia ir até Assunção por certo camiño nuevo que se habia descubierto'."
"Esse novo caminho - continua Sérgio Buarque -, descrito no livro do célebre aventureiro alemão Ulrico Schmidl, que em 1553 o percorreu de regresso ao Velho Mundo, foi largamente trilhado naqueles tempos, em toda a sua extensão, pelos portugueses de São Vicente, em busca dos Carijó, e ainda mais pelos castelhanos do Paraguai, que vinham à costa do Brasil ou pretendiam ir por ela à Espanha, até que os mandou cegar Tomé de Sousa no mesmo ano de 1553. Com alguma possível variante, deve ser uma das trilhas que no século seguinte percorrerão numerosos bandeirantes de São Paulo para seus assaltos ao Guairá".
Peabiru era o nome português do caminho que os espanhóis chamavam de São Tomé, por ter sido percorrido, segundo a lenda por esse santo, identificado pelos indígenas como Sumé e no Peru como Pay Tumé. Mas, esta já é uma outra história.
:Fonte:(crédito - Carlos Pimentel Mendes) http://migre.me/8ehQK
Nota: Eu não tenho dúvida de qual era esse NOVO CAMINHO,  "a via de São Vicente a Assunção, aberta aparentemente pelo ano de 1552!"
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Parafraseando - Mapa: Apresentando o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. Nessa direção, somado ao único documento conhecido sobre o percurso da bandeira confiada ao mando de André de Leão, é possível afirmar que deve ser acrescido esse documento cartográfico, uma vez que, a toponímia "Alto da Serra", que corresponde ao limite com Minas Gerais, coincide com  a "Raiz do Monte" do referido  percurso. Estamos falando do Núcleo Embrião de Piquete, primitivo caminho para Minas.  (Fonte: http://migre.me/9r3rL)

quinta-feira, 8 de março de 2012



DISFARCES E CAUTELAS: O GOVERNO DE LUIS DE ALBUQUERQUE DE    MELLO PEREIRA E CÁCERES E O CONTRABANDO NA FRONTEIRA OESTE DA    AMÉRICA PORTUGUESA (Transcrição)
1) Ao criar a capitania de Mato Grosso e estabelecer a sua capital Vila Bela na raias da fronteira, a Coroa portuguesa buscava efetivar as suas conquistas, ao mesmo  tempo em que visava deter o avanço das missões jesuíticas espanholas nas suas  tentativas de se estabelecer na margem direita do rio Guaporé. A proximidade com as  missões espanholas preocupava a Coroa e os seus governadores, como se percebe  nas instruções passadas pelo rei ou nas de um governador a outro. A instrução passada em 1749 ao governador e capitão-general Dom Antonio  Rolim de Moura recomendava que ele deveria evitar as queixas e os distúrbios que pudessem ocorrer entre os súditos dos governos português e espanhol, pois a  capitania era muito próxima das missões de Chiquitos, de Moxos e do governo de  Santa Cruz de La Sierra. Acrescentava também, que no ano de 1743,(7)  após contatos  dos súditos portugueses com a missão de São Miguel, localizada na Província de  Moxos, os jesuítas espanhóis fundaram uma aldeia sob invocação de Santa Rosa, na  margem ocidental do rio Guaporé, com o objetivo de tomar posse da rota de  navegação e de impedir o trânsito português. Segundo as instruções, Rolim de Moura,  a fim de evitar que os índios da aldeia de Santa Rosa penetrassem no território luso e  descobrissem as minas de ouro, deveria persuadir as pessoas a se estabelecerem  com sesmarias no contorno dessa missão.(8) Contudo, no confronto ocorrido na década de 1760, os espanhóis foram  expulsos aldeia de Santa Rosa e em 1761, ano do distrato de El Pardo, ela foi  transformada em Fortim Nossa Senhora da Conceição. Este, no entanto, foi atingido  por várias enchentes, e em 1771, teve suas dependências quase totalmente  destruídas, por estar localizada em terreno baixo e alagadiço.(9)  Vale ressaltar que muito próximo ao antigo Fortim de Nossa Senhora da Conceição, na confluência dos  rios Guaporé e Itonamas, foi erguido em 1778 o Real Forte Príncipe da Beira. Em diferentes momentos, ambos serviram como ponto de partida e de chegada de oficiais  lusos e espanhóis que transitavam de um domínio para outro, muitas vezes levando produtos contrabandeados. Isto significa dizer que os fortes edificados na capitania de  Mato Grosso, serviriam tanto como ponto de defesa quanto como entreposto  comercial.  Por meio das viagens realizadas por oficiais dos domínios portugueses até os de Castela, a Coroa ficava informada da localização, força e intenções dos espanhóis.  Além do mais, muitas informações acerca das relações diplomáticas entre Espanha e  Portugal eram trocadas por esses homens que viviam na fronteira. 
Fonte: -  Nauk Maria de Jesus  Prof.ª Adjunta do Curso de História  da Universidade Federal da Grande Dourados -  http://migre.me/8dxic

2) Bandeirantes

As Consequências - Os mais famosos bandeirantes nasceram no que é hoje o estado de São Paulo. Foram em parte responsáveis pela conquista do interior e extensão dos limites de fronteira do Brasil para além do limite do Tratado de Tordesilhas, acordo firmado entre Portugal e Espanha com a intenção de dividir a posse das terras do Novo Mundo. Com isso todo o Centro Oeste passou a pertencer ao Brasil, sendo criadas, em 1748, as capitanias de Goiás e de Mato Grosso, e o Brasil foi expandido, também para o sul de Laguna em Santa Catarina. No entanto, os resultados destas expedições foram desastrosos para os povos autóctones, ora reduzidos à servidão, deslocados e descaracterizados na sua identidade cultural, ora dizimados, tanto pela violência dos colonos como pelo contágio de doenças para as quais os seus organismos estavam desprovidos de defesas.

Origem wikipédia(http://migre.me/8dyz5)

3) História

arraial de Santana do Sapucaí, antigo nome de Silvianópolis, surge com a exploração de jazida às margens do rio Sapucaí, em meados do século XVIII, tendo sido a expedição de D. Francisco de Souza quem desbravou a região. Como grande leva de mineradores foram atraídos para o local, o governador de São Paulo nomeou um guarda-mor para a região, seguindo-se um período de disputas de terras entre autoridades de São Paulo e de Minas Gerais. Em 1746, Francisco Lustosa toma posse do arraial de Descoberto do Sapucaí, antigo nome de Santana do Sapucaí, tendo sido criada a paróquia dois anos depois. Posteriormente, com a divisão da região de Sapucaí, Lustosa é substituído pelo capitão Veríssimo de Carvalho. Data desta época o episódio conhecido como Guerra das Canoas, quando Lustosa, às margens do rio Sapucaí, destrói as canoas daqueles considerados invasores mineiros. No ano de 1832 é criado o distrito de Santana do Sapucaí e, ao ser elevado à categoria de município, em 1911, adota a denominação de Silvianópolis em homenagem ao seu ilustre filho, Francisco Silviano Brandãopresidente de Minas Gerais, ao tempo da República Velha.
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Parafraseando: A criação da capitania de Mato Grosso não está relacionada a consolidação da conquista do interior e extensão dos limites de fronteira do Brasil, para além do limite do Tratado de Tordesilhas, ação realizada prioritariamente pelos paulistas e, ao mesmo tempo, com o objetivo de deter o avanço das missões jesuíticas espanhola? Quando falamos de Santana do Sapucaí, não estamos falando da expedição de André de Leão de 1601, enviada ao Sertão por Dom Francisco de Souza, dando início a desbravamento da região, resultando prioritariamente, em ponto de partida da marcha para Oeste. Ou  o caminho percorrido em demanda das Minas de Goias, mais de um século depois da referida expedição, constante dos relatos de Alexandre Grymmer, a partir  da desavença resultante da guerra dos Emboabas, não foi pelo mesmo caminho Geral do Sertão? 




A EXPEDIÇÃO DE MARTIM AFONSO DE SOUZA



Nota: Parafraseando - Martim Afonso de Souza, depois do fiasco resultante do naufrágio de suas embarcações e a morte do irmão Pero Lobo e todos os que acompanhavam,  aniquilados pelos índios carijós. Outra solução lhe restava senão aceitar ser guiado pela Trilha dos Tupiniquins, ao Campos de Piratininga (atual Planalto Paulista),  ramal do caminho de Peruíbe, passando a ser prioridade o caminho dos Guainazes? Caminho esse que entrando pelo Vale do Paraíba, tornou-se o Caminho dos Paulistas, Caminho Geral do Sertão, com igual proposito, ou seja,  de alcançar ao mesmo tempo, a serra resplandescente de sabaraçu, o mar do sul (região do Plata), e o Potosi, alto do Peru.  Caminho esse, via rio Paraíba do Sul, até o limite de sua navegabilidade, passando pelo Núcleo Embrião de Piquete: desfiladeiro de Itajubá (definição dada por Teodoro Sampaio); Garganta do Sapucaí; Raiz do Monte (definição dada por Alexandre Grymmer); Amantiqueira Quadrilheira (definição dada pelo Padre João Faria Fialho); uma enorme montanha coberta de floresta (definição dada por Anthony Knivet); em demanda da região do Alto Sapucaí, igualmente ao rio de mesmo nome (Sapucaí),  rio Verde, rio Grande, formadores da bacia do rio Paraná. Trilha não menos dificil, haja vista dos relatos de Alexandre Grymmer (1601) e Anthony knivet (1597).







terça-feira, 6 de março de 2012

O tratado de Madri consagrou o principio do Uti-Possidetis (quem tem aposse tem o domínio)



O TRATADO DE MADRI, DE 1750 - (Luiz Eniani Caminha Giorgis Vice-presidente do IHTRGS)
(Transcrição) Há exatamente 250 anos atrás, Portugal e Espanha assinaram o Tratado que, na prática, “criou” o atual Rio Grande do Sul. Com efeito, antes do Tratado de Madri, o meridiano de Tordesilhas excluía a região onde é hoje o nosso Estado, já que cortava o Brasil entre Belém do Pará e Laguna (SC). Ou seja, o território gaúcho era posse espanhola. O Tratado de Madri revogou Tordesilhas, dando assim à Coroa Portuguesa o direito formal à posse do chão que de fato já fora seu, porque desde 1680, quando foi fundada a Nova Colônia do Santíssimo Sacramento, às margens do Rio da Prata, pelos portugueses, estes já “iam e vinham” dentro do nosso território. Tanto é que, em 1737, treze anos antes da assinatura do Tratado, o Brigadeiro José da Silva Pais, ao retornar da Colônia do Sacramento, fundou o presídio Jesus Maria José, segunda povoação portuguesa no Sul, origem da atual cidade do Rio Grande. Na época, a única presença espanhola era a dos jesuítas, que fundaram os Sete Povos das Missões, com os padres Roque Gonzales de Santa Cruz, Afonso Rodrigues e Juan Dei.
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Nota: Parafraseando -  Com a permulta da Colônia do Sacramento pelo território dos Sete Povos das Missões, foi revogado o Tratado de Tordesilhas, com a consequente anulação do meridiano que dividia o Brasil entre Portugal (leste) e Espanha (oeste). Uma vez confirmado que o tratado de Madri consagrou o principio do Uti-Possidetis (quem tem aposse tem o domínio),  é possível antecipar que, a linha imaginária do meridiano do Tratado de Tordesilhas nunca foi levada em conta, pelos portugueses. A solução possível no que diz respeito ao Tratado de Madri, foi no sentido que,  "posse é o poder de fato sobre a coisa", uma vez consolidada. Isto é, estamos falando de uma posse prolongada, que vinha de muito tempo, exercida a partir da criação das capitanias hereditárias (As capitanias hereditárias foram implantadas no Brasil em 1534 pelo rei de Portugal  Dom João III). E no que tange ao lado (oeste) Espanhol,  da linha imaginária, resta definitivo e claro, o total entendimento dos portugueses, ingleses e franceses, do espaço percorrido há muito tempo, em busca dessas posses, estou falando do Potosi no Peru. A assertiva encontra fundamento quando da expedição de André de Leão de 1601,  nos relatos de Alexandre Grymmer, no que diz respeito a rota em demanda da região do Prata (Uruguai) e o inglês Anthony Knivet, em 1597, estando na mesma região no que diz respeito a rota para o mar do Sul e da minas de Potosi. E para que não paire mais dúvida, faz se necessário citar a carta do Capitão Duarte de Lemos de Porto Seguro em julho de 1550, ao soberano, isto é, ao Rei. (http://migre.me/9FJbj)
1Alexandre Grymmer: "Três dias depois, chegamos a um rio, que deriva do Nascente, e, atravessando-o, durante quatorze dias, tomamos a direção de Noroeste, através de campos abertos e outeiros despido de árvores, até outro rio, que era navegável e corria da banda do Norte. Atravessamo-lo em umas embarcações chamadas jangadas, e, quatro ou cinco léguas mais adiante, topamos outro rio que corria quase de Norte e era navegável. Creio, porém, que estes três rios, afinal, confluem num só leito e vão desaguar no Paraguai, em razão de que o curso deles é para o Sul ou para o Ocidente...." (http://migre.me/8cgWo)
2) Anthony Knivet: a) "Eu e os doze portugueses de quem falei nos despedimos do capitão, preferindo seguir em direção  ao mar do Sul do que voltar sem nada."  b) "Por isso, creio que o  melhor caminho a seguir é tentar atravessar, pois sem dúvida Deus, que já nos livrou de perigos sem fim, não há de nos abandonar agora. Além disso, se tivermos a sorte de  atravessarmos para o outro lado, decerto encontraremos espanhóis ou índios, pois sei que todos vocês já ouviram  que num dia claro pode-se ver o caminho desde Potosí  até esta montanha.”(http://migre.me/8chtY)
 3) Em julho de 1550, de Porto Seguro, o capitão Duarte de Lemos escreveu ao soberano, garantindo-lhe que ali "é a terra onde está o ouro, porque de nenhuma destas partes podem ir melhor a ele que por esta", já que o Peru "está na altura de dezessete graus que é onde esta capitania está (...)".
Em conclusão: As Missões teriam passado ao controle português pelo Tratado de Madri, somente em  1750,  e efetivamente a região missioneira,  só  ocupada em 1801? Ou não estamos falando do original, do primitivo, do primeiro caminho, de onde estava a Capitania de São Vicente,  que à partir do Planalto deu origem ao caminho dos Paulistas, Caminho Geral do Sertão, ou seja, a verdadeira rota  que veio a dar  inicio a  "Marcha para o Oeste"? Ademais considerando que a "borda do campo" Santo Andre, "campos de Piratininga", estão relacionados ao caminho seguido especialmente para rumo o Norte, justificado está a afirmação no sentido que, Jaquix Felix em 1639, recebeu doações de terras localizadas aos fundos da Capitania de Itanhaém, dando origem a cidade de Taubaté-SP.
Mapa do Caminho:

Mapa: Apresentando  o Estado Político da Capitania de São Paulo em 1766, foi elaborada esta carta, com particular atenção aos limites com Minas Gerais. Nesta direção, no que diz respeito aos limites, a topônimo, Alto da Serra, corresponde, a Garganta do Sapucaí, Caminho dos Paulista, Caminho Velho, Estrada Real do Sertão,  espaço colonial de Piquete-SP,
 
Figura 13 – Os exercícios de reconstituição, baseados em mapas por satélite, da rede urbana, viária e fluvial da Capitania de São Paulo e Minas do Ouro, entre 1711 e 1765, feitos em parceria com o INPE, revelam a imensa área além Linha de Tordesilhas ocupada em solos espanhóis, cabendo ao Tratado de Madri, assinado em 1750, acordar a posse efetiva. Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), São José dos Campos.
1) Fonte: http://migre.me/8byoc
2) Fonte: http://migre.me/8byKW
3) Fonte: http://migre.me/8bzAD
4) Fonte:  http://migre.me/9lNH2
5) Fonte: http://migre.me/9zX3w

GUIA DA UNESCO - Una guía para la administración de sitios e itinerarios de memoria.

Ficha 22: Ruta de la libertad (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil (A Rota da Liberdade), São Paulo, Brasil ■ ANTECEDENTES ■ ANTECED...